a cidade comprou uma briguinha comigo > barata tonta que era, paguei pra não ver > não sabia escrever ou falar > ficava acabrunhada, estudando verbos e adjetivos impronunciáveis > dormia sempre que me era permitido e acordava mais cedo só pra ouvir o rádio, que eu não desligava > o barulho era nobre, eu não saberia fazer melhor que aquilo > andei até a varanda e fingi que não era comigo, mas eram inadequados meus pensamentos, se fosse ver mesmo, era isso > sentei no meio fio e me senti bem > abstêmia, já não me recusava a raciocinar > não estava triste, não estava mal > estava em uma festa, total high society paulistana do momento > comi pizzas vazias de alho e confundi o nome diminutivo de umas três mulheres de salto > se eu pudesse, diria algo sobre seus vestidos > mas segui, elegante, até porque se tem uma coisa que é fácil, é ser chique > olha, um horror.

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