o chão sujava minhas meias > eu não ganhava a vida > ela já era minha, eu tinha outras funções por aqui > todas inúteis, do ponto de vista geral > andava mais pra frente do que pra trás, mas engatava rés obscuras e sorria sempre, não ia sair por aí contando cacos > tinha um batom novo com nome de cereja ou sei lá o que > havia feito encomendas que se desviaram na alfândega > por isso, quando cheguei não usava a roupa prometida > eu vestia uma saia antiga, dessas que você já não aguentava mais > passei duas horas no ponto de táxi > depois segui a pé na chuva, porque coerência não era meu forte > meu destino era ser estátua.
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